segunda-feira, 2 de março de 2015

Escrevo-te em português porque esta é a língua da minha alma, escrevo-te em português porque à nossa volta ninguém o percebe. Escrevo-te hoje, numa esplanada à beira-mar, porque a caneta e o papel sempre me ajudaram a ser sincera. 

Gosto de ti. 

Gosto do homem que és, gosto da mulher que me fazes, gosto do cheiro que a tua pele tem quando acordas e da maneira como me olhas quando te abro a porta de casa só de lingerie. Gostei de ti quando nos cruzámos naquela rua movimentada de Paris, gostei de ti quando, dia após dia, te foste aproximando um bocadinho mais de mim na croissanteria do bairro. 

Quis conhecer-te melhor naquele dia em que vieste ter comigo à porta da que se tornou a nossa croissanteria com um pequeno embrulho.

- Antes de entrares abre este presente. 

E ali, no meio do passeio, abri a caixinha com uma moka, 250g de café italiano e um bilhete.

Para que não tenhas de voltar a beber café aguado. Espero ter acertado na marca.

Desapareceste antes que te pudesse dizer o que quer que fosse, mas foi o melhor presente que alguma vez recebi! Agradeci-te no dia seguinte com uma garrafa de vinho alentejano e um pequeno cartão que dizia para quando me convidares para um jantar em tua casa. Arriscado oferecer vinho português a um foodie francês, mas eu sempre gostei de brincar com o fogo...

O que eu te quero dizer hoje, o que te quero dizer em bom português, é que já não imagino a minha vida sem ti. O que preciso de te dizer mesmo não sabendo bem como é que te quero ao meu lado, o teu sorriso, o teu beijo, o teu abraço. Para sempre.

Porque gosto de ti.
Gosto de ti todos os dias.

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