sexta-feira, 18 de abril de 2014

Eu sei que disseste que não te ia ver este fim-de-semana, que estavas demasiado ocupado e que não conseguias vir ter comigo. Falámos disto várias vezes nos últimos dias mas mesmo assim ontem esperei-te. Esperei-te a noite toda mesmo sabendo que não vinhas, fingi que nem reparei na tua ausência só para evitar perguntas alheias. 
Sei que não vens, que não arranjaste quem te substituísse nestes dois dias e sei que lamentas. Mas também sei que hoje te vou esperar mais uma vez. Hoje vou ficar a noite toda a olhar para a porta à espera que apareças, assim em jeito de surpresa, e que ao verem a minha cara de felicidade não precisem de me perguntar mais nada. 
Ainda estamos naquele impasse em que toda a gente sabe mas ninguém tem confirmação, ainda, desde sempre. Como conseguimos manter este segredo não-tão-secreto durante todos estes anos?
Era este fim‑de‑semana que eu lhes ia mostrar tudo, que ia reunir toda a minha coragem e dar-te um beijo de boas vindas à frente de todos como me pedes todos os anos. 
Era ontem. 
Se ainda apareceres será hoje.

1 comentário:

Joana Pantufas disse...

Longe é uma palavra feia.