domingo, 2 de junho de 2013

Ainda passeias nos meus sonhos, noite sim noite não, apesar de já não te ver há mais de um mês. Lembras-te da última conversa que tivemos? A última conversa sincera, do coração. Eu lembro-me: estávamos naquele jardim lá na Serra, metade do grupo tinha desaparecido e a outra metade estava dispersa, deitámo-nos lado a lado a olhar para o céu e tu disseste o que te ia na alma. Eu ouvi com atenção e ficámos assim até de manhã. Foi nessa noite que percebi que nunca iríamos ficar juntos ou separados, que a nossa história - ainda que não o sendo - nunca iria ter um fim certo.
Nunca te escolhi. 
Nunca me escolheste.
Mas sem saber bem como nem porquê, cada vez que te vejo o meu coração acelera e cada vez que estamos sozinhos as nossas roupas acabam espalhadas pelo chão. A nossa última conversa sincera, do coração, foi há cerca de três anos. Tu falaste e eu ouvi. Conheço-te há seis anos e vivemos nesta disfuncionalidade há cinco. Se ainda não consegues ler pensamentos não sabes o me vai na alma até hoje.
Um dia encontro-te na rua, levo-te pela mão para um sítio tranquilo, dou-te um beijo e conto-te tudo. Abro-te o meu coração como tu fizeste naquela noite quente de Agosto. Vai ser a tua vez de ouvir com atenção.
Talvez aí estes meus sonhos parem.


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